Yoga para crianças é um tema que vem me encantando cada vez mais. Penso que atividades físicas na infância são tão essenciais quanto amigos, brincadeiras, espaços para correr, árvores para subir e cuidados da família. Atividades coletivas, acho eu, são ainda mais apropriadas, principalmente nos dias de hoje em que o individualismo é a ordem do dia. Em que pese que temos sido levados por essa onda individualista nos conhecemos muito pouco. Somos bombardeados/as por milhões de informações e, mal chegamos a processar umas poucas, já chega outra avalanche. Com ela (a avalanche), uma pressão enorme pelo acerto. Como já disse alguém (que não lembro quem), nós não temos tido o tempo do erro.
Tudo tem que ser perfeito, sem erros e rápido - discurso rápido, pensamento rápido, "afetos rápidos"(??) e, enfim, a vida vai passando numa loucura desenfreada. Adultos/as sofrem com esta pressão e as crianças também. Estas têm padecido mais que nunca sob rótulos de transtornos (TDAH, TCD, TDI, etc. etc.) e uso desenfreado de medicamentos Nos EUA, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Na reportagem que pode ser encontrada aqui há o seguinte questionamento: "Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?" E explica: "... Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall. Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais". Ou seja, é necessário compreender o que está acontecendo com as crianças, seus problemas de concentração, posturas antissociais e, por vezes, violentas com colegas, professores/as, pais. Como as crianças têm passado grande parte, senão a maior parte, do dia nas escolas e, como Yoga é tudo-junto-e-misturado, ásanas (movimentos) individuais ou em duplas, respiração, autoconhecimento, concentração e também, diversão (sim, yoga pode ser muito divertido, a postura do leão que o diga - mais informações sobre isso aqui), penso que seria uma excelente atividade recomendada para crianças dentro e fora das escolas.
A postura do leão rugindo (Simhasana) é engraçado na infância e desconcertante para adultos, isso tudo porque nos desacostumamos a exercitar os músculos da nossa face e, principalmente, a parecermos ridículos, e é muito bom não se levar muito a sério. Finalmente acho que tô aprendendo isso.
Bem, voltando ao Yoga nas escolas, eu penso que é louvável tê-lo entre suas atividades ordinárias. Exemplo maravilhoso está sendo o do Centro de Apoio O Visconde, no Real Parque, SP. De acordo com a matéria que pode ser encontrada aqui, ela "implantou exercícios de yoga para os alunos antes das aulas de matemática, o que melhorou seus rendimentos na hora de aprender. As 134 crianças passam por 20 minutos de exercícios físicos e de respiração antes e depois que entram na sala de aula". Gente, isso é muito bom e acho que é um bom começo. Quem sabe um projeto de lei não sai "por aí" ( e isso depende da pressão da sociedade civil, ou seja, nós, com o apoio de parlamentares comprometidos e sensíveis) dando valor e popularizando esse conhecimento. Afinal, ainda é um conhecimento muito restrito e, talvez por isso mesmo, o investimento financeiro para conhecê-lo tem sido pouco acessível às classes menos abastadas economicamente. Esse é um tema que vou explorar em outro post.
http://www.hypeness.com.br/2014/12/escola-adota-yoga-e-meditacao-e-melhora-as-notas-dos-estudantes/#
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